sexta-feira, 4 de maio de 2012

Música sacra - a subjetividade/objetividade do louvor cristão



Na compreensão dita luterana da encarnação de Cristo e da obra do Espírito Santo, a função da música é dupla: (a) servir de meio para que a "palavra externa" ou "pregação do evangelho de Cirsto" chegue até os ouvidos, para que o Espírito Santo opere no coração, mediante a "palavra externa" para criar nos corações a "palavra interna", a saber, a fé em Cristo; (b) servir de meio para que a "palavra interna" (fé) se expresse pública ou exteriormente em louvor e gratidão a Deus, ao confessar a fé em Cristo ou a confiança na graça de Deus em Cristo. 

A música tem, neste caso, sempre função "instrumental". Primeiro, a serviço do evangelho ou da "palavra externa" para criar e manter a fé (aspecto sacramental do culto ou, na linguagem de Lutero, o "benefício" - o serviço que Deus nos presta por meio do "culto"), e, secundariamente, função também "instrumental" a serviço da "palavra interna", isto é, para expressão da fé em louvor e adoração a Deus (aspecto sacrificial do culto ou, na linguagem de Lutero, o "ofício" - o serviço que prestamos a Deus por meio do "culto"). 


A subjetividade da fé e a objetividade do evangelho convergem como "confissão de fé", que é tanto objetiva como subjetiva ("creio" -- a fé que crê e a fé que é crida são confessadas no Credo, que é, como Lutero bem expressou na explicação do Credo Apostólico, uma falar de Deus, em Quem cremos, e um falar de nossa existência na fé em Deus).  A música sacra é, igualmente, confissão de fé, oração e louvor.

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